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Fundos de investimento têm saldo negativo



Em janeiro, os fundos de investimento tiveram saldo negativo de R$ 24,6 bilhões. É o terceiro mês consecutivo em que a indústria fica no vermelho – em novembro e dezembro do último ano houve saídas líquidas de R$ 13,1 bilhões e R$ 130,4 bilhões, respectivamente. Os dados são do Boletim de Fundos de Investimento divulgado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

“O resultado sugere que os investidores estão com uma maior aversão ao risco e priorizando estratégias mais conservadoras, sobretudo diante da expectativa de que a taxa de juro possa permanecer no patamar atual por mais tempo”, comenta o vice-presidente da Anbima, Pedro Rudge.

Em janeiro, apenas três classes de fundos registraram captação líquida positiva. Os fundos de renda fixa tiveram entrada líquida de R$ 11,4 bilhões, com destaque para os tipos com estratégias mais conservadoras: o Renda Fixa Duração Baixa Soberano, que investe apenas em títulos público federais de curto prazo, teve captação líquida de R$ 11,8 bilhões; e o Renda Fixa Simples, que tem pelo menos 95% do patrimônio líquido em ativos de renda fixa, fechou o mês com R$ 9,7 bilhões. Já os fundos de previdência fecharam o mês com saldo positivo de R$ 321 milhões, e os Fundos de Investimento em Participações (FIPs), de R$ 80,1 milhões.

Por outro lado, os multimercados lideram o movimento de saída com R$ 17,6 bilhões. O destaque foi o tipo Multimercado Livre, que não tem compromisso de concentração em estratégias específicas e registrou captação líquida negativa de R$ 9,6 bilhões. Os fundos de ações também tiveram mais saídas do que entradas, terminando o mês com saldo negativo de R$ 9,2 bilhões. A maior perda foi do tipo Ações Livres, de maior representatividade na classe, com captação líquida negativa de R$ 5,8 bilhões.

Os fundos cambiais, os ETFs e os FIDCs fecharam janeiro com saldo negativo de R$ 164,3 milhões, R$ 3,9 bilhões e R$ 5,6 bilhões.

Rentabilidade

Considerando as rentabilidades de janeiro dos tipos mais representativos em patrimônio líquido, o Duração Baixa Grau de Investimento, da classe renda fixa, teve valorização de 0,74%% e acumula alta de 12,79% em 12 meses. Nos multimercados, a rentabilidade do tipo Investimento no Exterior foi 0,76% no mês e 4,68% nos últimos 12 meses. Para a classe ações, o rendimento do tipo Ações Livre foi de 3,94%, mas acumula queda de 5,53% em 12 meses.

Debêntures

As debêntures começaram o ano com rentabilidade média negativa: em janeiro, o Índice de Debêntures Anbima (IDA-Geral) registrou perda de 1,69%. Entre os subíndices, o IDA-IPCA ex Infraestrutura (que acompanha os papéis sem benefício fiscal) se destacou, com queda de 28,56%. Os resultados estão relacionados ao evento de crédito das Americanas, que impactou o mercado de debêntures, principalmente entre os dias 12 e 18.

Também em janeiro, o Índice de Mercado Anbima (IMA-Geral), que reflete a carteira de títulos públicos marcados a mercado, registrou variação mensal positiva de 0,70%. Entre os subíndices, o destaque foi o IMA-B5 (carteira composta por NTN-Bs com até cinco anos de vencimento), que apresentou retorno de 1,40% no período.

As NTN-Bs com vencimentos acima de cinco anos, indicadas no IMA-B5+, apresentaram perda de 1,26%. Por acompanhar papéis de longo prazo, o resultado do indicador está relacionado às dúvidas sobre o arcabouço fiscal e às notícias sobre uma possível mudança na meta de inflação. Já o IMA-S, que replica as carteiras das LFTs com vencimentos de um dia, teve desempenho positivo no mês (1,15%), o que indica a manutenção do ambiente favorável às estratégias conservadoras diante da perspectiva de os juros permanecerem no patamar atual por mais tempo.

Aplicações no RendA+ somam R$ 60 milhões

São Paulo – Os investimentos no RendA+, novo título do Tesouro Nacional voltado para a aposentadoria, superaram R$ 60 milhões na primeira semana de negociação na B3.

Segundo o ministério da Fazenda, 7.675 investidores adquiriram o produto entre os dias 30 de janeiro e 3 de fevereiro. O valor negociado representa 12% do total de títulos vendidos no mesmo período – cerca de R$ 475 milhões.

O resultado foi considerado um “extremo sucesso” pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. “Vamos continuar trabalhando e investindo no produto para potencializar ainda mais esse crescimento e ajudar mais famílias a perceberem os benefícios que a poupança de alguma parcela da renda pode gerar no futuro”, disse, em comunicado.

Lançado no final de dezembro, o RendA+ é o mais recente título público lançado pelo Tesouro Nacional, voltado a investidores que querem poupar recursos extras para a aposentadoria.

O produto é atrelado à inflação mais uma taxa de juros real -atualmente na casa dos 6%, de acordo com o simulador disponível no site do órgão.

A principal diferença em relação aos outros títulos está na forma de resgate dos investimentos. Como o objetivo é estimular que o investidor acumule valores ao longo dos anos para recebê-los no futuro como um benefício mensal, o recebimento não ocorrerá de uma vez, mas em 240 parcelas – ou seja, ao longo de 20 anos.

Atualmente, são oferecidos oito opções de data de conversão: 2030, 2035, 2040, 2045, 2050, 2055, 2060 e 2065.

De acordo com o ministério da Fazenda, os papéis do Renda+ preferidos na primeira semana foram os de 2030, com R$ 24 milhões em compras (40% do total). Em seguida, aparecem os títulos para 2035, com R$ 10 milhões negociados, e para 2045, com R$ 8,28 milhões.

Outra novidade do Renda+ é em relação a forma de aquisição. Interessados podem agendar compras mensais de novos títulos – o que seria equivalente a novos aportes-, com possibilidade de pagamento via Pix.

O valor mínimo para começar a investir é de aproximadamente R$ 30 e as aquisições estão disponíveis na plataforma Tesouro Direto.

Na avaliação de especialistas consultados pela reportagem, o novo produto possui vantagens e desvantagens, mas o balanço tende a ser mais positivo do que negativo.

Entre os pontos favoráveis do título estão a simplicidade de aquisição e o menor custo em relação a investimentos de propósito semelhante – como os planos de previdência privada.

Por outro lado, o produto foi considerado pouco flexível, já que não permite ao investidor definir como prefere receber a renda após a acumulação. O pagamento é fixo em 240 parcelas.


Fonte: Diário do Comércio.

 
 
 

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