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Acabou a festa? Retorno de debêntures atreladas ao CDI cai pela 1ª vez no ano

Após os casos Americanas (AMER3), Oi (OIBR3) e Light (LIGT3), que pediram recuperação judicial neste semestre, quem negocia debêntures passou a exigir taxas maiores para comprar os papéis no mercado, diante da percepção de risco elevada e do temor de um efeito cascata em outros emissores.

A alta ininterrupta das taxas, porém, durou até maio. A tendência foi quebrada e o retorno médio das debêntures atreladas ao CDI caiu nos últimos 30 dias, até 7 de junho.

Foi a primeira queda do spread das debêntures pós-fixadas neste ano, pelos cálculos do Bradesco BBI, que considerou uma amostra de 150 títulos com vencimento a partir de 2025 e classificação de risco AAA. Esses papéis remuneram os investidores com a variação do CDI mais uma taxa adicional – e foi ela que recuou, na média, 12 pontos-base (ou 0,12 ponto percentual).

Ou seja: uma debênture que era negociada com uma remuneração de CDI mais 3,5% ao ano, por exemplo, passou a pagar CDI mais 3,38% ao ano.

A taxa que mais caiu foi da debênture da Hapvida (HAPV22) com vencimento em 2029, que, no intervalo considerado, deixou de ser negociada a CDI mais 3,92% e passou a oferecer CDI mais 2,87%. Outros dois papéis da Hapvida aparecem entre as cinco maiores quedas.

Ao todo, 189 títulos de mais de 300 monitorados pelo Bradesco BBI tiveram queda no spread, o que representa 63% do total.


Para Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, o fator determinante para o fechamento de spread não é a curva de juros em si, que teve queda nas últimas semanas, mas o momento do mercado de crédito privado.


“Vejo como natural a queda no spread, já que o pior momento desse mercado já passou e houve volta da liquidez e interesse dos investidores por debêntures”, explica.

Jorge deixa claro que o fechamento da curva de juros influencia, sim, nas taxas de negociação das debêntures, mas ele não enxerga justificativas para uma corrida às compras visando aproveitar os “últimos momentos” de taxas altas.

O que pode resultar em nova tendência de alta nos retornos é a quebra de outra empresa relevante do mercado, “o que sempre é possível”, segundo o especialista da Quantzed. “Por isso, a recomendação é ter muita cautela, estudar muito bem a empresa emissora e não olhar só para a rentabilidade, nem sempre o risco vale a pena”, aconselha.


Confira as 20 debêntures atreladas ao CDI com maior recuo no spread em junho:







Fonte: Bradesco BBI

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